quarta-feira, 1 de julho de 2015

The Globe (Park Row) nasceu no lugar aonde nascem todas as melhores idéias: em um bar. O bar está no nível da rua e a redação do Globe também: eis cinema de Fuller, o campo de batalha, pés firmes no chão; "o globo", a crosta terrestre, a terra, em oposição ao The Star. O escritório de Mitchell dá para a rua e há uma ampla janela da qual ele acompanha o movimento da rua. Em oposição há o escritório de Charity Hackett, uma caixa fechada, com um retrato da própria.


Filmado em catorze dias, com dinheiro do bolso do diretor: Phineas Mitchell e Samuel Fuller não seriam o mesmo homem? Nisso é um filme exemplar, um tratado em cinema (e jornalismo): se não se trabalha com paixão e sangue o melhor então é nem trabalhar. E Mitchell é um diretor de cinema, nada escapa da sua mise en scène, acaba com as barreiras entre os jornalistas: estamos num set de filmagem, além de uma redação de jornal: Mitchell encara sua realidade com engajamento e um preciso senso de indignação: trata-se de tomar uma posição na qual se acredita, não por ideologia, mas por ética.



O jornal de Mitchell é a câmera de Fuller: seu encontro com a realidade se dá através do enfrentamento.



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