sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Filmes


Blind date

Um Edwards subestimado. Em alguns momentos ameaça se tornar uma grande comédia, mas perde o ritmo fácil, sobretudo nas transições entre as sequências cômicas, que usualmente ocorrem na estrada, entre uma locação e outra. A ideia do ex namorado lesado que persegue o casal vai perdendo força, até a cena do tribunal, que injeta força nesse filme desigual.

Strange days

O argumento é do James Cameron mas o filme pertence claramente à Kathryn Bigelow. Há sempre um prazer amargo em se imaginar um futuro melancólico e atroz, e o desse é bastante interessante: uma destopia movida à MTV. Capitalismo que engoliu e escarrou o multiculturalismo. Uma alternativa bastante aterradora ao cinema no aparato que simula alguns momentos de uma vida, alimentados pela memória. O Ralph Fiennes é a imagem do produtor de cinema: é um cafetão e um traficante, movido pelo ressentimento. Quem o vem resgatar é a Angela Bassett, que personifica o que há de melhor no filme. O ano novo prestes a explodir, o Fiennes com o McGuffen preso na cabeça (ele assiste aos momentos finais de uma amiga sua) indo avançar a história, mas quem interessa ao filme e à nós é a Bassett, que observa seu filho pela janela. É em momentos como esse que Bigelow traça seu cinema: ela é da escola do Hawks, do aqui e do agora. O filme traça uma distinção clara entra a personagem da Bassett e a da Juliette Lewis, que é a mesma distinção entre a Bigelow e outros diretores, sejam mulheres ou não. 

John Carpenter's Vampires

O melhor faroeste desde Os imperdoáveis, mas Carpenter faria ainda melhor em Fantasmas de marte. James Woods nasceu para ser canalha.

Scream

Leio no IMDB que o roteirista ficou feliz em ter o Wes Craven dirigindo o filme pois ele não faria uma sátira: é bom, portanto, que o Craven parece não ter entendido que o filme era para ser sério. Engraçado como esqueceu-se que é possível ser engraçado e assustador ao mesmo tempo. É uma bela homenagem a escola de filmes que nasceu em Psicose e passou por Halloween.  

The hunger games

Parece assinalar a decadência completa da literatura juvenil. Prova que é possível fazer um filme sem qualquer coerência espacial e conseguir sucesso. Em alguns momentos parece que o operador de câmera era o Lars von Trier.

Inside out

Comprova empiricamente a condição de Atlas em que a Pixar se encontra. É pena que caíram no logro da Disney, cuja estratégia é o exato oposto. 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

É do seio da utopia que bebe a criança da tirania.

Faculdade de cinema em vinte e quatro lições

1. Always take the initiative.
2. There is nothing wrong with spending a night in jail if it means getting the shot you need.
3. Send out all your dogs and one might return with prey.
4. Never wallow in your troubles; despair must be kept private and brief.
5. Learn to live with your mistakes.
6. Expand your knowledge and understanding of music and literature, old and modern.
7. That roll of unexposed celluloid you have in your hand might be the last in existence, so do something impressive with it.
8. There is never an excuse not to finish a film.
9. Carry bolt cutters everywhere.
10. Thwart institutional cowardice.
11. Ask for forgiveness, not permission.
12. Take your fate into your own hands.
13. Learn to read the inner essence of a landscape.
14. Ignite the fire within and explore unknown territory.
15. Walk straight ahead, never detour.
16. Manoeuvre and mislead, but always deliver.
17. Don’t be fearful of rejection.
18. Develop your own voice.
19. Day one is the point of no return.
20. A badge of honor is to fail a film theory class.
21. Chance is the lifeblood of cinema.
22. Guerrilla tactics are best.
23. Take revenge if need be.
24. Get used to the bear behind you.


Werner Herzog