Acima de tudo, Kleiman avisa que não se pode pensar no cinema russo como monolítico ou ideológico; antes como uma série de gradações e negociações. “Nada é preto e branco,” define. “A URSS teve vários períodos, mas mesmo quando as [autoridades] não queriam algo de excessivamente crítico [para com o sistema], mantinham o seu respeito pela arte. Havia uma independência criativa que era permitida. Eles compreendiam a importância da arte enquanto formação da alma, e não esperavam retorno financeiro ou ideológico imediato. Era possível encontrar um modo de expressar as coisas artisticamente. O cinema russo existia devido à protecção do estado.”
Foi esse apoio estatal que deu a realizadores como Tarkovsky ou Khutsiev a possibilidade de filmar, remontar, abandonar, recomeçar, mesmo quando enfrentavam problemas “ideológicos”. Kleiman cita aquele que considera um dos cineastas russos mais importantes da década de 1960, Mikhail Kalik. “Adeus, Rapazes (1963) é uma obra-prima absolutamente ao nível de Truffaut. Ele estivera três anos na prisão, mas depois permitiram-lhe fazer filmes, e em seguida emigrou para Israel. Aí, tentou rodar um projecto para o qual tivera três meses de preparação e prevera um ano de rodagem, mas disseram-lhe «não, não, rodas três meses e preparas um ano». E percebeu que, ao contrário do sistema russo, não era arte que se estava a tentar fazer. Eisenstein teve a ilusão de que seria mais livre em Hollywood do que na União Soviética, mas percebeu que se ficasse lá apenas rodaria melodramas ou super-produções, e não o seu próprio cinema.”
A redução da criação artística à pura monetização é, para Kleiman, um dos “erros do século XX”. “A arte tornou-se num produto, que tem de dar dinheiro e lucro. Já não falamos de arte, falamos de gestão e perdemos de vista a questão educacional,” diz. “A tragédia é que não temos uma educação de imagem, e temos culpa, enquanto críticos, enquanto professores, de não pensarmos especificamente em modos de atrair pessoas para o cinema. Ou estamos orientados para os cinéfilos, num sítio como a Cinemateca, ou usamos a publicidade para o cinema de massas, e não há nada no meio. É um erro. É importante que o público seja educado para perceber que o cinema não tem um único estilo. Uma cinemateca é um lugar para aprender a possibilidade do cinema, um mapa, um consultor que nos ajuda a perceber para onde podemos ir, o que podemos encontrar.”
É por isso que Kleiman vê com bons olhos a cinefilia que está a nascer na internet, construindo de modo quase auto-didacta os seus próprios mapas. “A distribuição comercial está morta e enterrada, a televisão é uma vulgaridade onde não há nada para ver. A internet é um pouco como o sistema de cine-clubes e bibliotecas que tínhamos na Rússia, só que sem mapa. E dá-nos a possibilidade de mostrar às pessoas as coisas de modo muito mais eficaz, porque numa aldeiazinha remota vai haver um miúdo que vai ter acesso a filmes importantes e vai querer fazer cinema.”
Um incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (3). Segundo informações dos bombeiros, parte do acervo foi atingida, mas o prejuízo total ainda não foi divulgado. A Cinemateca é vinculada à Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura.
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Não há registro de vítimas. Um bombeiro passou mal durante a operação e precisou de atendimento. Esse é o quarto incêndio registrado na Cinemateca. Os outros três foram em 1957, 1969 e 1982.
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Duas mostras são exibidas na Cinemateca, uma sobre cinema brasileiro contemporâneo e outra de ícones dos anos 70. Um grupo de senhoras foi participar de um evento para a terceira idade, mas foi cancelado até a instituição avaliar os riscos do imóvel.
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No dia 21 de dezembro de 2015, o Museu da Língua Portuguesa, que fica ao lado da Estação da Luz na região Central, foi atingido por um incêndio que destruiu boa parte da edificação e também provocou a morte do bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz, que trabalhava no museu como brigadista. O fogo começou no 1º andar do prédio, onde ficava a mostra "O tempo e eu", sobre o historiador Câmara Cascudo.
Como a maior parte do acervo do museu era digital, o material não foi perdido e será reconstruído quando a reforma do edifício estiver pronta. Em janeiro deste ano, o Governador Geraldo Alckmin assinou um convênio com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, e com a organização social ID Brasil para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, ainda sem data prevista para ser concluída.
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a coisa esta ficando feia, acorda governador, acho que tem PT e CUT na area
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Toda área em que teve alguma ajuda deste governo ( PT ) aos poucos estão sendo destruídas juntamente com o partido. Portanto PT comecem a ajudar os presídios lotados para ver se aquelas pragas somem junto com vocês.
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Tá começando a ficar estranho...
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Meu Deus !! o PSDB desgoverna São Paulo a + de 20 anos, Alckimin está destruindo todos os arquivos de sua péssima gestão, ele sabe que quando sair e não voltar nunca mais, não quer deixar rastos. Já imaginou se a mídia fizesse uma reportagem com todos os incêndios q já ocorreram em SP. ? com aquelas riquezas de detalhes ? hein ????, É CLARO QUE JÁ MAIS VÃO FAZER, ACHAM QUE IRIAM QUEIMAR SEU PUPILOZINHO.
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O governo comunista do PT esta determinado a destruir toda memória nacional.
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ATO TERRORISTA!!! Seria muita coincidência que, dias após o incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, outro incêndio, desta vez na Cinemateca Brasileira, sejam meros incidentes! A Polícia Federal tem que investigar a origem destes incêndios, pois há a possibilidade de terem ocorridos por atos terroristas, com motivação política. Descartar essa possibilidade é ato insano!!!
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Aí vem o povo ficar revoltado com esta tragédia, e esquecem da tragédia que o governo faz em nossos bolsos, ainda terão os que querem a restauração a custa de milhões de nosso suado dinheiro.
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Engraçado que nossa cultura está sendo queimada!! Administração do PT não é necessário cultura.
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Parece que são incêndios programados !! para que haja licitação para reforma e assim eles possam fazer o que mais sabem ,roubar !!
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É incêndio para todo o lado mas o planalto ainda está lá de pé.
Esse é o quarto incêndio.